domingo, 9 de outubro de 2011

História, Religião, Cultura, Guerra e Paz.

Para que serve o conhecimento? – isto é, para que serve nossa racionalidade? Por que ainda hoje, pomos em risco nossa vidas, a vida de muitos, a vida de todos, produzindo a guerra? Por que o animal racional é irresponsável para com sua própria existência e intolerante para com seu semelhante, se a razão (e não a loucura) nos aconselha caminhos de diplomacia e de compreensão mútua, e deveria servir de fundamentos para nossas relações?
Antigamente tínhamos cada país separado e organizado dentro do seu território com sua cultura própria, seu governo e todas as suas idiossincrasias. Com o passar dos anos muitos impérios expandiram-se e criaram guerras com outros reinos e comunidades para possuírem escravos para novas guerras, para aumentar seu poder, sua riqueza, sua influência no Mundo etc. Foi assim com os mongóis, com os gregos, com os persas e principalmente com os romanos. Nenhum país dominou tantos povos diferentes e por tão longo tempo como o Império Romano, muitos imperadores, reis, tiranos, governadores que estiveram à frente de Roma durante seus 1000 anos de glória conquistaram países diferentes de formas diferentes, muitas vezes dominando esses povos e oprimindo suas culturas, impondo o modo romano de pensar, ensinando o latim, sua religião etc. Poucos imperadores como Alexandre, o Grande e Marco Aurélio conquistaram povos, mas permitiam sua cultura, seus hábitos, mesclando-as com os costumes romanos, porém submetidos e dominados por Roma.
Ao longo da história vemos o surgimento de vários religiões, seitas, doutrinas, nas diversas localidades do planeta e das mais diversas formas de culto, temos religiões antigas como o Islamismo, o Zoroatrismo, o Budismo, o Hinduismo, o Cristianismo dentre outras e algumas novas como o Cardecismo, várias religiões neopentecostais, o Candomblé etc. As religiões ditam todas as regras que as pessoas devem seguir em suas vidas, seus dogmas são fechados e não há tolerância quanto a costumes diferentes daqueles, em cada religião há uma forma de castigo ou punição para um ato que não seja permitido dentro de sua doutrina, alguns ocorrem em vida, e outros no além, após a morte. Seguidamente da religião e de aspectos históricos, geográficos, políticos etc temos outras formas que divergem entre as nações como hábitos alimentares, instituições e organização política, modo de vida, grau de desenvolvimento tecnológico etc. Cada um destes pequenos detalhes fazem com que cada sociedade, e não necessariamente cada nação tenha uma cultura diferente, temos, como no Brasil, por exemplo, diversas culturas e tradições diferentes, até mesmo opostas dentro do mesmo território, existem vários “Brasís” dentro de um Brasil unificado pelos limites territoriais e governamentais.
Em cada um dos mínimos detalhes surgem divergências entre as comunidades, pois cada qual defende o que lhe pertence como superior ao vizinho ou ao diferente, cada povo quer se mostrar superior e impor de algum modo seus hábitos e sua cultura aos demais, algumas vezes de modo pacifico e na grande maioria através de guerras e sangue.
A partir do fim da segunda guerra mundial temos o mundo separado em dois blocos governamentais, os capitalistas e os socialistas, ao longo dos anos, até 1989 com a ruptura do murro de Berlim e com dissolução da URSS em 1991 o mundo passa a se unificar novamente e poucos são os países que mantêm governos e economias socialistas, muitos deles sucumbem e são feitas uma série de reformas políticas e econômicas e mudam sua política interna e externa, alguns mantêm-se fechados ao mundo, como Cuba e a China, este que no decorrer dos anos foi abrindo sua economia externa e se tornou uma das maiores do mundo, porém internamente ainda permanece um regime socialista opressor aos cidadãos.
Cada povo tem sua história, escrita com muitas guerras e sangue, e o caminho traçado por cada um fez surgir alguns traços nacionais que correspondem às características dos países, e suas alianças com os demais, alguns ódios reprimidos como Brasil e Argentina ou Inglaterra e França, sentimentos ligados a história, a rivalidade destes países ao longo da história, e por mais que haja paz entre estas nações, cada pessoa tem um sentimento com relação a isso e na maioria das vezes faz o que pode para mostrar-se superior ao “inimigo”.
Assim, temos vários fatores que marcam a história dos países e suas divergências, e cada peculiaridade é um sinal de rivalidade, confronto, de dominação e poder. Com a globalização temos a abertura de quase todos os países para o Mundo, vemos os povos e as culturas misturaram-se como nunca antes vista, talvez a forma que mais se aproximou foi a helenização do mundo antigo dominado pela Roma de Alexandre e Marco Aurélio. As pessoas podem ir para qualquer lugar do mundo e aprender qualquer cultura, muitas vezes um brasileiro é grande especialista em cultura nórdica, por exemplo, mesmo sem nunca ter ido até aqueles países, ou convivido por um longo tempo lá. O mundo está aberto a qualquer um e aos poucos as culturas e as raças vão se misturando.
Ainda que estamos em meio a uma série de guerras e revoltas internas ou entre nações, aos poucos as individualidades se diluem em meio a imensa possibilidade que temos à frente, não mais somos obrigados a conviver em determinado lugar, cultura, política etc, temos liberdade absoluta para viver no mundo, basta-nos dinheiro e coragem para nos aventurarmos num mundo totalmente desconhecido.
Analisando os rumos históricos e tentando traçar um futuro para os países analisando o passado, vejo em cada um destes aspectos como um sinal de uma pangéia cultural futura, onde o mundo inteiro estará unido, não fisicamente, mas psicologicamente, teremos a possibilidade de excluirmos tudo o que há de negativo, de retrógado e construirmos uma cultura mundial.
Hoje em dia temos um grande número de pessoas, mais do que no passado, de ateus, de descrentes, de céticos, de religiões fundamentadas no homem, como o Satanismo de Lavey. Religiões aos poucos vão mudando algumas crenças, alguns dogmas de acordo com o que temos atualmente, não podemos nos basear em dogmas escritos há milênios ou séculos atrás, os mundo mudou, as pessoas mudaram, nada retornará ao que já foi, para o bem ou para o mal o mundo é sofre constantemente de mudança e evolução. E o primeiro passo para a paz mundial é a dissolução de todas as religiões, numa época onde não existirá mais dogmas, mais religiões, onde todos serão livres e sua conduta basear-se apenas numa justiça ética e racional todos serão iguais uns aos outros, do ponto de vista ético-moral, e um não quererá (até por não ter como) sobrepor-se ao outro pelas suas crenças.
Aos poucos as raças se igualarão, mesmo que todas as pessoas não sejam necessariamente iguais, em algumas décadas ou séculos estaremos todos tão parecidos que não haverá motivos para o ódio por outras raças. E da mesma forma um dia teremos um modelo governamental, que ao longo dos anos se mostrará mais útil a todos, seja ele democrata, tirano, parlamentar, enfim, qualquer que seja, será o único a ser adotado entre as nações.
A música um dia chegará ao fim de suas possibilidades, um dia todas as combinações musicais já terão sido formadas, não haverá possibilidade de novas construções e a educação musical será reformulada, teremos a união de várias tendências e apenas alguns poucos estilos sobreviverão. A música retornará a ter um caráter ritualístico, e musicas como o funk, por exemplo (dentre outros estilos), de exaltação sexual desmedida e o desprezo pela mulher não existirão mais, músicas regionais também sumirão, pois não haverá sazonalidades, todos serão integrantes de uma nação global. Nas primeiras décadas desta mudança ainda haverá aqueles que ouvirão estes estilos secundários, porém em algumas décadas, tudo estará unificado, é o processo natural de evolução, o obsoleto ficará na história. Da mesma forma ocorrerá com a literatura e o cinema não haverá mais histórias de cowboys do faroeste americano ou dos índios tupi-guarani do Brasil ou dos aborígenes australianos, as pessoas não se reconhecerão mais nestes estereótipos, tudo deverá ser global para ser compreendido e aceito.
No dia em que não existir mais diversas religiões, culturas, raças e estilos o mundo estará completamente unificado social, econômico e político. Neste dia teremos ainda dois possíveis caminhos: ou uns lutarão contra os outros por riquezas e poder ou todos poderão construir um caminho para o além de si, talvez neste estágio o homem e a terra estarão preparados para o além-do-homem, para ir além das peculiaridades do hoje e formar um reino de humanos-hiperbóreos. Hoje vemos o primeiro passo para esta mudança com a globalização, o acesso a qualquer cultura e povo, e contato fácil com qualquer pessoa ao redor do mundo, facilitado pelas redes sociais e grandes sites mundiais como o Wikipédia, a primeira forma de união por um mundo melhor em escala global, onde todos colaboram com o conhecimento, que hoje, está ao alcance de todos. Vivemos na época da colaboração e para podermos construir um mundo pacífico e unido será através da colaboração de todos, não só na disseminação da cultura, mas na sua aplicação, na ajuda individual que cada um tem por obrigação de não só receber ou passar tal conhecimento, mas colaborar com o surgimento de grandes idéias e de coisas que beneficiem a todos, quanto a consciência do eu passar para a consciência coletiva, todos ajudarão a construir as pontes que levarão o homem ao além-do-homem e assim vivermos como hiperbóreos, longe das guerras, do mal, da cobiça e do ódio.
[Texto escrito em Itanhaem, em 23/4/2011, entre 13:03 e 14:03]

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