sábado, 4 de fevereiro de 2012

"Quem pensa não casa"

Certa vez numa das aulas práticas da autoescola, parei o carro para processar algumas informações e tentar fazer certo na prática, daí o instrutor logo disse, não pensa, faz e vê se dá certo, ainda assim parei pensei e fiz e ele me disse “quem pensa muito não casa”.
Sempre guardei aquela frase, mas nunca tinha parado para refletir nela. Ontem na Dj Club certa altura da noite, estava ‘dançando’ e bom, toda hora estou pensando em alguma coisa, refletindo sobre algo, daí estava dançando ouvindo altos clássicos do rock’n’roll e me peguei pensando em relacionamentos. Estava analisando o perfil das pessoas que estavam ali, alguns casais formados, outros que estavam se formando, os homens buscando alguma mulher solteira para passarem a noite, muita gente bêbada, muita gente literalmente empolgada com a música...
Bom, ninguém casa com qualquer pessoa, antes do casamento você conhece, fica, namora, noiva e casa, pelo menos o processo natural é assim, e quando você pára para pensar em todas as situações tanto no processo de conhecer alguém ou quando está com ela, você tenderá a ser racional em todas as suas ações e começará a fazer um monte de paralelos e análises do que você gosta, faz, espera, pensa e no que a outra pessoa gosta, faz, espera, pensa, age, se veste. Todos nós temos uma série de regras de coisas que não gostamos/aceitamos e fazemos isso inconscientemente, por exemplo, eu gosto de mulheres femininas, logo uma mulher vestida mais masculina que eu não gostaria, já não daria tanta atenção, ou por exemplo, não gosto de mulheres com alargadores, mais gosto de mulheres com piercing no nariz, então você acaba formando uma série de regras e todas as pessoas que você conhece acaba enquadrando dentro destas regras, positiva ou negativamente.
Nenhuma, absolutamente nenhuma, pessoa se enquadrará em todas elas, a não ser que seus critérios não sejam tão extensos ou rígidos, mas um dia você acaba conhecendo alguma pessoa que ou antes de conhecer ou no processo ou após seu ‘coração’ (embora tudo seja um processo cerebral, mas assim fica mais fácil de compreendermos) acaba batendo mais devagar ou rápido, você se encanta por aquela pessoa, por algum motivo consciente ou não, geralmente esse processo é totalmente obscuro para nós, eu sei porquê gosto de algumas coisas e renego outras, mas não sei porque posso ver uma menina e me apaixonar por ela, por algum motivo ela está dentro das “regras”, mas o estranho é quando isso acontece antes de você conhecer esta pessoa. Outra certeza é que as pessoas, todas elas, estão dentro de estereótipos, então o jeito como a pessoa anda, como se comporta, como se veste, como se maquia, tudo indica alguns traços de personalidade, e assim que vemos já identificamos nos modelos que temos pré-definido. Geralmente acertamos.
Mas voltando aos critérios, nunca parei para hierarquizar quais os critérios são mais importantes, embora inconscientemente eu saiba quais características eu prefira se tiver que escolher entre duas, acho que nenhuma seja igual em valor à outra. E quando você se apaixona por alguém, como ninguém é perfeito, sempre terá uma ou algumas características que não gostamos, quando ela está no nível de gostar ou não ainda não é problema, mas sim quando isso implica em aceitação, justamente pela hierarquização, quanto mais no topo, se for contrário ao que espera é inaceitável, quanto mais abaixo mais tolerável.
Renato Russo na música Esperando por Mim disse “Digam o que disserem o mal do século é a solidão, cada um de nós imersos em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição”. Outra coisa importante que temos de saber é com relação aos nossos sentimentos: identifica-los. A prática leva a perfeição. É importante na vida sentirmos bastante, termos diversas sensações e sentimentos, várias vezes, experiências boas e ruins, isso acaba levando a uma perfeição no sentir e no fazer (o que fazer, quando fazer, como fazer). Voltando à música, temos de ter estas sensações e sentimentos e experiências porque muito sabiamente dito “o mal do século é a solidão”, se você parar pra pensar, estamos a todo momento buscando afeição, não necessariamente um affair, mas na família, com os amigos, o ser humano precisa de carinho, raras são as pessoas que “desligaram sua humanidade” (usando um conceito de Vampire Diaries). E claro, nessa busca incessante por afeição muitas vezes fazemos coisas instintivas, sem nenhum tipo de raciocínio, o que é bom por um lado, no viver, na experiência, na sinceridade da ação, e negativa, pois podemos nos magoarmos e algumas dores demorar para serem cicatrizadas, em alguns casos podemos nos arrependermos socialmente, pois isso pode se voltar contra nós de alguma forma, como uma repressão da sociedade ou de uma pessoa ou outra (como a Geisa que foi à faculdade praticamente seminua, o que causou certo alvoroço na sociedade universitária (Uniban) e teve que sair com a polícia, e depois com os comentários negativos da sociedade, mas temos diversos outros exemplos se pararmos para pensarmos ou procurarmos no Google). A opinião pública é muito forte, tem a voz muito alta, e algumas vezes, mesmo que isto seja errado, está certo quem fala primeiro e/ou mais alto.
Quando você pára para pensar em todas estas questões, em todos os mínimos detalhes, você sempre acabará ficando com o pé atrás antes de entrar em qualquer situação, seja um relacionamento, uma amizade ou o que for. Claro que precisamos viver em sociedade e muitas vezes ignoramos algumas coisas para um bem comum, um convívio pacífico, mas é mais fácil fazer isto numa amizade do que num relacionamento, as pessoas se cobram muito nestes casos, cobram de si e do parceiro, e ninguém gosta de ficar sem respirar, precisamos de certa segurança para seguirmos nosso caminho. A vida guiada de forma racional iniciou-se em Sócrates e todos os filósofos pré-socráticos, ao longo dos séculos, algumas coisas mudaram, mas no século XIX isso ressurgiu com muita força com o Positivismo, creio que devemos ter ser totalmente racionais para algumas questões (como a matemática e todas as ciências), mas não na vida. Nietzsche criticou essa esfera do racionalismo e da moral cristã.
“O racionalismo ocidental atrofiou a vida humana porque desvalorizou de uma forma radical este mundo e esta vida, transformando em mundo verdadeiro e superiormente real um mundo artificialmente construído, que nada mais traduz do que a incapacidade e a impotência perante a realidade, isto é, perante o sofrimento, a dor, tudo o que no mundo terreno nos inquieta, desconcerta e ameaça. Esta negação da vida, de tudo o que é sensível, corpóreo, dos instintos, das paixões, produziu grandes obras intelectuais, esteve na origem de brilhantes produções do espírito, mas revela-se, no fundo, profundamente imoral.”
O racionalismo acaba sendo uma máscara de proteção contra a dor e o sofrimento, contra a vida, contra aquilo que disse acima que é importante sentirmos bastante, tanto coisas boas e ruins, devemos viver, devemos viver com certa cautela, não fazendo qualquer besteira que vier à mente, até por existirem leis que podam algumas excitações do homem, mas devemos viver, quanto menos vivermos de aparências, de modelos, de construções, de regras, viveremos mais felizes.
“Ouse, ouse… ouse tudo! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda … a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!” – Lou Salomé
Certa vez numa das aulas práticas da autoescola, parei o carro para processar algumas informações e tentar fazer certo na prática, daí o instrutor logo disse, não pensa, faz e vê se dá certo, ainda assim parei pensei e fiz e ele me disse “quem pensa muito não casa”.
Sempre guardei aquela frase, mas nunca tinha parado para refletir nela. Ontem na Dj Club certa altura da noite, estava ‘dançando’ e bom, toda hora estou pensando em alguma coisa, refletindo sobre algo, daí estava dançando ouvindo altos clássicos do rock’n’roll e me peguei pensando em relacionamentos. Estava analisando o perfil das pessoas que estavam ali, alguns casais formados, outros que estavam se formando, os homens buscando alguma mulher solteira para passarem a noite, muita gente bêbada, muita gente literalmente empolgada com a música...
Bom, ninguém casa com qualquer pessoa, antes do casamento você conhece, fica, namora, noiva e casa, pelo menos o processo natural é assim, e quando você pára para pensar em todas as situações tanto no processo de conhecer alguém ou quando está com ela, você tenderá a ser racional em todas as suas ações e começará a fazer um monte de paralelos e análises do que você gosta, faz, espera, pensa e no que a outra pessoa gosta, faz, espera, pensa, age, se veste. Todos nós temos uma série de regras de coisas que não gostamos/aceitamos e fazemos isso inconscientemente, por exemplo, eu gosto de mulheres femininas, logo uma mulher vestida mais masculina que eu não gostaria, já não daria tanta atenção, ou por exemplo, não gosto de mulheres com alargadores, mais gosto de mulheres com piercing no nariz, então você acaba formando uma série de regras e todas as pessoas que você conhece acaba enquadrando dentro destas regras, positiva ou negativamente.
Nenhuma, absolutamente nenhuma, pessoa se enquadrará em todas elas, a não ser que seus critérios não sejam tão extensos ou rígidos, mas um dia você acaba conhecendo alguma pessoa que ou antes de conhecer ou no processo ou após seu ‘coração’ (embora tudo seja um processo cerebral, mas assim fica mais fácil de compreendermos) acaba batendo mais devagar ou rápido, você se encanta por aquela pessoa, por algum motivo consciente ou não, geralmente esse processo é totalmente obscuro para nós, eu sei porquê gosto de algumas coisas e renego outras, mas não sei porque posso ver uma menina e me apaixonar por ela, por algum motivo ela está dentro das “regras”, mas o estranho é quando isso acontece antes de você conhecer esta pessoa. Outra certeza é que as pessoas, todas elas, estão dentro de estereótipos, então o jeito como a pessoa anda, como se comporta, como se veste, como se maquia, tudo indica alguns traços de personalidade, e assim que vemos já identificamos nos modelos que temos pré-definido. Geralmente acertamos.
Mas voltando aos critérios, nunca parei para hierarquizar quais os critérios são mais importantes, embora inconscientemente eu saiba quais características eu prefira se tiver que escolher entre duas, acho que nenhuma seja igual em valor à outra. E quando você se apaixona por alguém, como ninguém é perfeito, sempre terá uma ou algumas características que não gostamos, quando ela está no nível de gostar ou não ainda não é problema, mas sim quando isso implica em aceitação, justamente pela hierarquização, quanto mais no topo, se for contrário ao que espera é inaceitável, quanto mais abaixo mais tolerável.
Renato Russo na música Esperando por Mim disse “Digam o que disserem o mal do século é a solidão, cada um de nós imersos em sua própria arrogância esperando por um pouco de afeição”. Outra coisa importante que temos de saber é com relação aos nossos sentimentos: identifica-los. A prática leva a perfeição. É importante na vida sentirmos bastante, termos diversas sensações e sentimentos, várias vezes, experiências boas e ruins, isso acaba levando a uma perfeição no sentir e no fazer (o que fazer, quando fazer, como fazer). Voltando à música, temos de ter estas sensações e sentimentos e experiências porque muito sabiamente dito “o mal do século é a solidão”, se você parar pra pensar, estamos a todo momento buscando afeição, não necessariamente um affair, mas na família, com os amigos, o ser humano precisa de carinho, raras são as pessoas que “desligaram sua humanidade” (usando um conceito de Vampire Diaries). E claro, nessa busca incessante por afeição muitas vezes fazemos coisas instintivas, sem nenhum tipo de raciocínio, o que é bom por um lado, no viver, na experiência, na sinceridade da ação, e negativa, pois podemos nos magoarmos e algumas dores demorar para serem cicatrizadas, em alguns casos podemos nos arrependermos socialmente, pois isso pode se voltar contra nós de alguma forma, como uma repressão da sociedade ou de uma pessoa ou outra (como a Geisa que foi à faculdade praticamente seminua, o que causou certo alvoroço na sociedade universitária (Uniban) e teve que sair com a polícia, e depois com os comentários negativos da sociedade, mas temos diversos outros exemplos se pararmos para pensarmos ou procurarmos no Google). A opinião pública é muito forte, tem a voz muito alta, e algumas vezes, mesmo que isto seja errado, está certo quem fala primeiro e/ou mais alto.
Quando você pára para pensar em todas estas questões, em todos os mínimos detalhes, você sempre acabará ficando com o pé atrás antes de entrar em qualquer situação, seja um relacionamento, uma amizade ou o que for. Claro que precisamos viver em sociedade e muitas vezes ignoramos algumas coisas para um bem comum, um convívio pacífico, mas é mais fácil fazer isto numa amizade do que num relacionamento, as pessoas se cobram muito nestes casos, cobram de si e do parceiro, e ninguém gosta de ficar sem respirar, precisamos de certa segurança para seguirmos nosso caminho. A vida guiada de forma racional iniciou-se em Sócrates e todos os filósofos pré-socráticos, ao longo dos séculos, algumas coisas mudaram, mas no século XIX isso ressurgiu com muita força com o Positivismo, creio que devemos ter ser totalmente racionais para algumas questões (como a matemática e todas as ciências), mas não na vida. Nietzsche criticou essa esfera do racionalismo e da moral cristã.

“O racionalismo ocidental atrofiou a vida humana porque desvalorizou de uma forma radical este mundo e esta vida, transformando em mundo verdadeiro e superiormente real um mundo artificialmente construído, que nada mais traduz do que a incapacidade e a impotência perante a realidade, isto é, perante o sofrimento, a dor, tudo o que no mundo terreno nos inquieta, desconcerta e ameaça. Esta negação da vida, de tudo o que é sensível, corpóreo, dos instintos, das paixões, produziu grandes obras intelectuais, esteve na origem de brilhantes produções do espírito, mas revela-se, no fundo, profundamente imoral.”

O racionalismo acaba sendo uma máscara de proteção contra a dor e o sofrimento, contra a vida, contra aquilo que disse acima que é importante sentirmos bastante, tanto coisas boas e ruins, devemos viver, devemos viver com certa cautela, não fazendo qualquer besteira que vier à mente, até por existirem leis que podam algumas excitações do homem, mas devemos viver, quanto menos vivermos de aparências, de modelos, de construções, de regras, viveremos mais felizes.

“Ouse, ouse… ouse tudo! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda … a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!” – Lou Salomé