sábado, 18 de dezembro de 2010

Do Saber Escolher

Nossa vida é feita a partir de escolhas, de ações, caminhos que decidimos seguir ou não. Alteramos nosso futuro a cada segundo, a cada nova escolha, a cada novo pensamento, a cada passo desviado, a cada palavra proferida... Não nos damos conta, entretanto, no valor de nossas escolhas, não nascemos com um caminho pré-traçado, definido, não nascemos com uma vida certa, não há certeza alguma na vida, a não ser que morreremos um dia.
Permita-me um parentes sobre a morte. Não consideramos também que a morte é algo presente, o que nos faz deixar muitas coisas para o futuro, não percebemos que a cada segundo estamos mais próximos da morte, cada minuto que passa é um tempo morto, irrecuperável, não podemos voltar no tempo, nada do que passou será recuperado e tudo o que voltar não é um retorno, mas uma reconquista. Tendo em mente a morte como algo presente a cada segundo, tendo a certeza de que podemos morrer a qualquer momento e estando preparado para a morte aceitamos as coisas sob um ponto de vista mais realista, presente, sem deixar para o amanhã, pois ele não nos pertence, só somos donos do presente. Sendo assim, também, traçamos nossa vida pensando em cada consequência, para não nos arrependermos nem deixarmos alguma brecha em nossa vida, como diz aquele louco filósofo devemos viver como se quiséssemos viver a mesma vida eternamente!...
Retornando às nossas escolhas... Perdemos muito tempo com futilidades e tarefas das quais não nos trarão nenhum retorno: jogamos muito, brincamos muito, conversamos besteiras em demasia, bebemos em excesso, usamos outras drogas, assistimos programas que falam da vida dos outros com tanto entusiasmo como se fofocas nos acrescentariam algo. Deixamos muita coisa para depois esperando surgir algo melhor, queremos o melhor em tudo, mas não nos esforçamos em tê-lo, somos passivos em relação à vida. Nossas escolhas nem sempre são fundamentadas, fazemos algumas coisas por não termos nada para fazer, aguardamos elas virem até nós, raramente buscamos.
Só começaremos a viver, de fato, quando aprendermos primeiro a morrer, para em seguida sabermos o valor do tempo e daí então começarmos a julgar nossas escolhas, nossos caminhos, o que nos acrescenta, o que é um impulso de vida, para a vida, e o que nos prende, o que é um passatempo. Temos em nossas mãos o sim e o não diante de qualquer situação, teremos pessoas que nos criticam querendo nosso bem, teremos pessoas que nos criticam por inveja ou ódio, teremos pessoas que inventarão histórias para nos derrubarmos e teremos aqueles que nos seguram na mão e nos levam quando precisarmos de ajuda. Preste atenção àqueles que te rodeiam e vejam em qual destes quatro tipo de pessoas eles se encaixam, quanto mais tivermos amigos mais seguro estará nosso caminho quando tivermos incertos, inseguros, com medo, quando bambearmos, assim não cairemos nos vícios e nem seremos guiados pelos invejosos e cobiçosos. E quando for decidir pra que dirá sim e pra que dirá não tenha como avaliador somente a ti mesmo, julgue os prós e os contras, se realmente deseja o que cobiça e se lhe será proveitoso, útil. Não deixe que tirem de ti sua escolha, sua avaliação, seu caminho. Àquilo que entra ou sai de sua vida pertence somente a ti, mantenha as rédeas da sua vida quando a chuva for forte, tenha cuidado para não cair na lama nem na chuva, para não errar o caminho, para não se desviar. O homem é demasiado vulnerável a qualquer sinal de problema e sofrimento, qualquer empecilho o faz querer tomar um caminho mais sereno, mas nem tudo o que é pacífico é o que lhe será de valor, precisamos matar todos os dragões que se interpuserem entre nós e nosso destino, para quando sairmos da vida estivermos com a cabeça erguida, sem decepção, sem aquela sensação de deveria ter feito isso? ou não deveria ter feito aquilo? ou por que será que não ouvi a mim mesmo? Quando saíres da vida não saia como entrou chorando, saia sorrindo serenamente, com a alma tranquila, e tendo a certeza de que viveu de modo que repetiria a mesma vida milhares de vezes exatamente como ela foi! (18/12/2010)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Tempo!...

Perdemos nosso tempo pensando no futuro, desejando-o, e do mesmo modo o perdemos relembrando o que passou, o que fizemos, ou o que deveríamos ter feito. Sempre que pensamos no que passou encontramos uma maneira melhor de fazer o que fizemos em cada situação e nos lamentamos e perdemos tempo pensando no que devemos fazer para termos algo. Enquanto pensamos e nos lamentamos de algo que não fora feito como gostaríamos ou no que deveríamos fazer no futuro para alcançar um objetivo, um ideal, um sonho nosso presente se vai, desperdiçamos todo tempo nosso tempo - a única coisa que nos pertence, a única posse que temos verdadeiramente, e o perdemos sem reclamar porque o tempo está presente o tempo todo e não sentimos falta do que perdemos se ainda temos muito, ou acreditamos que o temos... Economizamos dinheiro ou gastamos mais do que possuímos e na maior parte das vezes com coisas desnecessárias, estragamos nosso corpo com bebidas e comida em excesso, trabalhamos onde odiamos, convivemos com pessoas e em lugares que não suportamos, há algo que nunca sabemos o que é, que nos faz aceitar tudo isso como algo aceitável, normal. Deixamos sempre para depois o que não parece ser tão importante, ou o que dá muito trabalho, pois estamos sempre muito cansados, e por isso sempre procuramos lazer e descanso ou invés de mais trabalho, mais esforço (físico ou mental), nunca lemos tudo o que gostaríamos ou deveríamos, sempre procuramos algo que nos divirta e nunca algo que nos acrescente, que nos eleve, nos deixe mais forte. Perdemos a vida quando deixamos para depois o que deveríamos fazer agora, quando desperdiçamos nosso tempo com futilidades e diversão, nosso espírito se torna mais infantil, mais vulnerável à vida, fazemo-nos reféns ao invés de mandantes de nossas vidas. Da mesma forma procuramos pessoas que nos divirtam, nos entretenham e nunca pessoas para debatermos, para criarmos algo além, para elevarmos nosso espírito... Passamos a vida toda dando desculpas esfarrapadas para os outros sobre as situações, sobre nós mesmos, evitamos pessoas, contatos, relacionamentos, trabalhos, lugares etc, uns porque são sérios, outros por serem cultos, ou bobos, ou devagar, ou rápidos, ou altos, ou baixos ou por qualquer outra desculpa... Achamos sempre que merecemos algo mais, a mais, melhor, maior. Nunca olhamos para nós mesmos nem avaliamos o que valemos, achamos sempre que somos diferentes, especiais. Procuramos sempre rostos e caraterísticas ou bens e nunca nos procuramos por sentimentos, estamos tão intimamente ligados à carne que nosso espírito se perdeu... Damos tanto valor a nós mesmos e passamos tanto tempo procurando e inventando nossos valores que perdemos nosso tempo, os dias passam, as semanas, meses, anos, quando somos jovens não damos tanto valor a isso, mas quando a idade avança, quando começamos a sentir a morte cada vez mais amarga, mais próxima, percebemos o quão vã foi a nossa vida. Esperamos sempre o que não existe, o que nunca chega, o impossível, o que é melhor, pensamos e pensamos e refletimos e estamos sempre no mesmo lugar, não sabemos avaliar o valor e o peso de cada coisa para nossa vida e nossa escolhas tendem para o lado mais fácil, fazer esforço cansa.. Um dia a morte virá, para todos, esta é a maior certeza que temos na vida e a única, e quando ela chegar nossa vida passara num flashback, o que veremos? Sentiremos orgulho? Achamos que a vida foi realmente vivida? Desfrutada? Teve valor? Viveria em cada segundo novamente a mesma vida? Mudaria algo? Por quê? Deixemos de lado tudo o que é vago, vazio, sem valor, fraco... Façamos de cada fração do tempo uma eternidade e façamos de modo que não nos desapontemos de nossas escolhas, nossos caminhos, de uma maneira que não moveríamos uma agulha do lugar, façamos cada segundo perfeito, completo. Evitemos as más línguas, os encrenqueiros, os ciumentos, os ambiciosos, os tolos, os fúteis, vise mais amor e menos dinheiro.

[Incompleto]