sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fazer sexo ou fazer amor?

Quando criança acreditava que fazer amor era aquele momento mágico, com pétalas de rosas, onde duas pessoas perdem a virgindade e numa espécie de transe, de feitiço de Cúpido transam [romanticamente] a noite inteira e no outro dia acordam com a sensação de que estão no céu, que o mundo acabou e que tudo é aquele momento, que só existem eles no mundo, que nada nem ninguém conseguirá tirar essa perfeição. E daquele dia em diante tudo será um mar de rosas. Tinha uma visão brega-romântica do fazer amor. Passei a acreditar na adolescência de que não existe o ‘fazer amor’, sexo é sexo, sexo por sexo e sexo pelo sexo. Resumindo era totalmente físico, atraente, prazeroso, transando com a pessoa amada ou com uma pessoa qualquer que acabara de conhecer numa boate o sexo era mesmo, o que mudaria era com quem, onde, o que e como ele seria feito, mas sexo era sempre sexo. Sexo como finalidade, não como conseqüência. Parei para pensar esses dias conversando com uma amiga sobre os relacionamentos atuais, sobre a facilidade de se ter sexo, sobre essa busca que às vezes parece desenfreada por sexo, sobre essa cultura completamente hedonista-corpórea-momentânea, essa inconseqüência juvenil do agora, do querer experimentar tudo... O sexo tornou-se mecânico, faz-se por puro prazer como se fosse uma necessidade, buscam-no como o mais necessário e não importa onde, com quem ou como se faça, o importante é fazer, é aliviar momentaneamente esta ‘tensão’. Não sei se a vida adulta é assim meio sem graça ou se é esta geração que anda sem limites, sem valores, perdida em sua sexualidade com o advento de tantas coisas, tantos recursos tecnológicos que podem dar prazer, excitar, compartilhar com outras pessoas ou se exibir como um traço que denote poder, força. Na época do colégio tinha uma conquista antes de se relacionar com alguém, primeiro investigava-se sobre a vida da pessoa, depois começava as conversas, o xaveco, as indiretas, as diretas, até o primeiro beijo, e isso durava alguns dias geralmente. Hoje é tudo instantâneo, não dá pra esperar, 'tem que ser agora', precisa ser agora, se não for agora com uma pessoa, logo em seguida irá atrás de outra e a busca não tem fim. Acho que a diferença entre fazer amor e fazer sexo consiste no fato de como o sexo é conquistado e aquela minha idéia do fazer-amor-romântico[brega] começa a tomar outra forma, ele deixa esse lado mágico e torna-se mais atraente, mais encantador, mais sensual, mais demorado, mais respeitoso, é quando você não vai pra cama com a pessoa sem saber o nome, mas antes disso tem toda uma conquista do sexo, não termina em um encontro, são uma série de encontros até o desfecho de tudo, é quando no fim do dia você fica pensando em como vai ser o próximo e por mais que você queira possuir a pessoa naquela noite, você deixa-a com vontade, faz com que ela deseje o próximo encontro, com que planeje como as coisas acontecerão e o sexo se torne tão sensual, quanto misterioso, quanto excitante e atraente, com que tenha uma busca, um ritual de conquista da pessoa. Com que sexo não seja somente sexo, como finalidade, mas como conseqüência, sem todo aquele papo brega-romântico dos filmes, mas como uma conseqüência do desejo e de uma conquista. O ser humano não precisa quantificar o sexo e sim qualificá-lo, não fazer apenas por prazer desenfreado, mas também por amor, não buscar sexo (mecânico), mas conquistá-lo. Esse sexo concerteza será mais atraente, mais prazeroso...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Por que filosofar com o martelo? O que é filosofar com o martelo?

Nietzsche em “Crepúsculo dos Ídolos – Ou Como Filosofar Com o Martelo”, livro escrito em 1888 onde (também) declara guerra à Wagner e sua tetralogia (O Anel dos Nibelungos), que se encerra com o Crepúsculo dos Deuses (tradução incorreta do nórdico Ragnarök), que segundo a mitologia escandinava era a batalha final dos deuses, onde todos morreriam: deuses, gigantes, heróis e o próprio mundo que seria despedaçado em inúmeras partes. Diz a lenda que os heróis após morrerem vão para o Valhala (palácio mágico situado em Asgard (terra dos deuses nórdicos)aguardarem a batalha final (Rangnarök) que até chegar este dia vivem em banquetes, festas e farturas), no dia da batalha final se juntam a Odin (o maior dos deuses, deus da sabedoria, rei dos deuses) para lutarem contra Loki (irmão de Odin e deus do fogo e da trapaça) e seus aliados.
Neste livro do terceiro período de sua filosofia sobre a transvaloração de todos os valores iniciada com Assim Falava Zaratustra, escrito entre 1883 e 1885, Nietzsche pretende destruir os valores tradicionais tais como a moral cristã (sua maior inimiga), os erros dos filósofos anteriores e as idéias modernas, debate sobre temas como o perspectivismo, o aristocracismo, o materialismo, o antigermanismo, a desconstrução da metafísica, educação, cultura, Estado etc.
É nessa fase que aparecem os termos capitais de sua filosofia tais como a vontade de potência, o eterno retorno, a morte de Deus, o amor fati, a transvaloração dos valores, o além-do-homem, entre outros. É nessa fase, mais precisamente no Crepúsculo dos Ídolos que surge a expressão da filosofia com o martelo, seu pensamento funda-se numa concepção libertadora de existir onde pretende destruir todas as construções arcaicas, preconceitos do pensamento, a moral cristã fundada no extra-terreno e outras idéias, para após esta desconstrução reerguer uma nova casa, uma nova moral, uma nova vida. Seu filosofar se assemelha ao fazer do martelo.

domingo, 25 de julho de 2010

Filosofia de Boteco...

Antes de qualquer postagem, qualquer palavra, qualquer pensamento que queira se manifestar é mais do que necessário e seria até falta de educação de minha parte uma breve apresentação do blog. O blog não tem nenhuma outra finalidade do que expor alguns textos, algumas reflexões que me ocorrem por acaso (ou não) sobre os mais diversos assuntos e debatermos sobre os mesmos, criando uma atmosfera de exposição de pensamentos e idéias e debate! [26/7//2010 às 02:22]