terça-feira, 27 de julho de 2010

Por que filosofar com o martelo? O que é filosofar com o martelo?

Nietzsche em “Crepúsculo dos Ídolos – Ou Como Filosofar Com o Martelo”, livro escrito em 1888 onde (também) declara guerra à Wagner e sua tetralogia (O Anel dos Nibelungos), que se encerra com o Crepúsculo dos Deuses (tradução incorreta do nórdico Ragnarök), que segundo a mitologia escandinava era a batalha final dos deuses, onde todos morreriam: deuses, gigantes, heróis e o próprio mundo que seria despedaçado em inúmeras partes. Diz a lenda que os heróis após morrerem vão para o Valhala (palácio mágico situado em Asgard (terra dos deuses nórdicos)aguardarem a batalha final (Rangnarök) que até chegar este dia vivem em banquetes, festas e farturas), no dia da batalha final se juntam a Odin (o maior dos deuses, deus da sabedoria, rei dos deuses) para lutarem contra Loki (irmão de Odin e deus do fogo e da trapaça) e seus aliados.
Neste livro do terceiro período de sua filosofia sobre a transvaloração de todos os valores iniciada com Assim Falava Zaratustra, escrito entre 1883 e 1885, Nietzsche pretende destruir os valores tradicionais tais como a moral cristã (sua maior inimiga), os erros dos filósofos anteriores e as idéias modernas, debate sobre temas como o perspectivismo, o aristocracismo, o materialismo, o antigermanismo, a desconstrução da metafísica, educação, cultura, Estado etc.
É nessa fase que aparecem os termos capitais de sua filosofia tais como a vontade de potência, o eterno retorno, a morte de Deus, o amor fati, a transvaloração dos valores, o além-do-homem, entre outros. É nessa fase, mais precisamente no Crepúsculo dos Ídolos que surge a expressão da filosofia com o martelo, seu pensamento funda-se numa concepção libertadora de existir onde pretende destruir todas as construções arcaicas, preconceitos do pensamento, a moral cristã fundada no extra-terreno e outras idéias, para após esta desconstrução reerguer uma nova casa, uma nova moral, uma nova vida. Seu filosofar se assemelha ao fazer do martelo.

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