sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mudança de Perspectiva

Desde a Idade Antiga a sociedade estava organizada com os nobres, a Igreja e toda a aristocracia na parte superior da cidade com seus castelos, casarões etc, sempre ficavam na parte mais alta da cidade e diagonalmente para baixo desciam as classes sociais. Esse sistema permaneceu até o fim da Idade Média, e em alguns lugares até fins do séc. XVIII e XIX, hoje em dia ainda pode-se ver esse modelo em Paranapiacaba, um distrito de Santo André, cidade que abrigava funcionários da SP Railway e última parada antes da descer a Serra, portanto, parada importante para descanso e início de novo trecho, mais demorado, com um sistema dividido em patamares e contrapeso. No alto de uma montanha há um casarão chamado de Castelinho que tem boa visibilidade de toda a cidade que servia para controlar funcionários, tráfego das locomotivas, etc, quase da mesma forma que na Idade Antiga, onde controlavam o movimento dos “cidadãos”, possíveis revoltas, ataques etc.
Com o fim da Idade Média, dos feudos, mudança de classes sociais, surgimento da burguesia no séc. XI, Renascimento, Rev. Americana e Francesas, o ‘povo’ foi ganhando mais ‘direitos’, nessa época surgiu também o proletariado etc, as cidades foram se horizontalizando, ou seja, não havia a mesma distribuição da nobreza nos castelos no alto das cidades etc, e sim uma distribuição por classes num plano horizontal, surgiram os bairros, cidades separadas por classes sociais horizontalmente.
Com o crescimento das cidades e das populações, as classes menos favorecidas foram cada vez mais sendo afastadas dos grandes centros urbanos e se marginalizando nas periferias, e aos poucos ocupando os morros, exemplo clássico como o Rio de Janeiro. O mundo novamente mudou seu plano, inclinou-se, porém desta vez com a classe baixa no alto, no meio de morros, lugares sem infraestrutura para moradia. Nos grandes morros afastados do centro estavam as favelas, os proletariados, os pobres, o povo. E embaixo, próximo aos centros, às praias estavam a ‘nobreza’.
O Mundo cresceu, porém rápido demais, hoje temos mais de 6 bilhões de habitantes no planeta, as cidades expandiram-se para todos os lados, destruímos florestas, rios, tudo o que podíamos para construir cidades, indústrias, dinheiro... Num mundo de desigualdade social, falta de pecúnia em grande parte da sociedade, sobrevivendo com o mínimo necessário, há uma má distribuição de terras e renda, lugares sem condições básicas para sobrevivência, as cidades estão crescendo, os grandes centros urbanos se expandindo e agora mudamos nossa perspectiva novamente, hoje o mundo tende a se verticalizar, tudo ir para o alto, pra cima, em cima.
Pra onde iremos em alguns anos? Habitaremos o fundo dos mares, os ares, desertos, geleiras, no meio dos mares e oceanos? O mundo cresce cada vez mais, mas para onde ele nos leva? Qual caminho estamos seguindo? Qual é a nossa finalidade?

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